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Publicado: 17/01/2018 | 2124 visualizações

Perbras – empregados fazem denúncias e pedem socorro, mas Petrobrás se mantém omissa

Desde que teve inicio o contrato de monitoramento - contrato no qual os funcionários terceirizados estão assumindo as funções de operadores de campo e estações, antes desenvolvidas pela Petrobrás – que aproximadamente 160 funcionários vivem na mais cruel exploração.

A direção do Sindipetro Bahia já denunciou este fato, no entanto, a Perbras e a Petrobras não demonstraram nenhum interesse em resolver as demandas dos trabalhadores. Eles reivindicam entre outras coisas melhores salários, cesta básica e vale refeição, melhoria na escala de trabalho e o pagamento de horas extras geradas em razão da escala de 4x2, com jornada de 10h diárias, que segundo os cálculos feitos, vem gerando desde o inicio do contrato uma média de 30 horas extras por mês.

Depois de reuniões nos vários OPs da UO-BA, foi constatada a verdadeira situação dos trabalhadores, que fazem todos os esforços para superar as dificuldades e cobranças, sem reconhecimento da Perbras e da Petrobrás, que se mantém omissa. Segundo as denúncias, os trabalhadores tiveram um treinamento deficiente, a maioria não teve mais que um mês, quando o contrato prevê o mínimo de três meses de treinamento, mas assim mesmo todos foram obrigados a assumir os campos, que têm operação complexa e exige responsabilidade do operador.

Todos os “técnicos em Intervenções” - nomenclatura utilizada pela Perbras com o objetivo de fugir do piso salarial da categoria de “Técnico em Operações” - possuem registo ativos no CREA e pagam do próprio bolso as anuidades para manter o registro ativo. O contrato da Petrobrás com a Perbras exige o registro do operador no CREA, mas não deveria ser o trabalhador o responsável por esse pagamento, o que é mais um absurdo.

A Perbrás  paga, em média, mil reais a menos que o piso da categoria. Com um salário base de R$ 1.500,00, mais o adicional de periculosidade (30%) e com os descontos, os trabalhadores recebem em torno de R$ 1.800,00. Este valor é o equivalente ao salário dos Ajudantes de Caldeiraria, cuja exigência por formação técnica e a responsabilidade na execução das atividades é absurdamente inferior.

Diante de todos estes fatos, fica o questionamento: a Petrobrás está negligenciando suas atividades de produção, pagando valores bem abaixo do mercado e obrigando as terceirizadas (no caso especifico a Perbras) a operar com baixo custo, submetendo os trabalhadores a um regime de trabalho escravo (4x2 com jornada diária de 10h) e pagando salários que são na verdade migalhas? Ou, a Petrobrás está pagando valores ajustados com a realidade do mercado e a Perbras, para aumentar sua margem de lucros, está impondo esse regime aos empregados, expondo-os a riscos desnecessários?

Situações como essas é que levam a um número elevado de acidentes nas terceirizadas, em especial na Perbras. Daí a pergunta: será que vai ser preciso perder um trabalhador - por acidente - para que sejam tomadas providências?