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Publicado: 13/12/2017 | 1988 visualizações

Técnico aposentado adverte para insegurança provocada pela redução do efetivo

A redução do efetivo mínimo tem tornado o ambiente de trabalho inseguro, o que vem deixando os trabalhadores preocupados. Afinal, quem está diariamente no chão da fábrica sabe a que tipo de perigo está exposto.

É preciso dar voz a essas pessoas, são elas que podem dizer se determinadas tarefas podem ser feitas com segurança, ou não. 

O técnico de segurança aposentado, Rosevaldo José do Amor Divino, é um desses profissionais respeitados e que conhecem muito bem o campo onde pisam. Preocupado com o que está acontecendo na Petrobrás, Rosevaldo fez um relato pessoal, mostrando o seu ponto de vista sobre a redução do efetivo mínimo. 

Leia abaixo:

Salvador, 13 de dezembro de 2017


Ao Prezado coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar. 


Com base na matéria publicada pelo Sindipetro, no dia 07/12/2017, cujo título: “RLAM - Sindipetro trata demandas e questiona irregularidades em reunião com a Gerência Geral” e, uma vez na qualidade de aposentado filiado ao SINDIPETRO-BA, bem como motivado pela leitura do livro: “Acidentes Industriais - O custo do silêncio”, este presenteado pela área de COMUNICAÇÃO/RLAM, quando de minha aposentadoria, faz-se necessário trazer à baila o momento de Reestruturação Organizacional da RLAM, na qual se buscava a certificação (ISOs, Qualidade, APR elaboração de procedimentos, normas etc.), isto em paralelo com as atividades do dia a dia, o que resultava em sobrecarga de trabalho e comprometimento do efetivo, especialmente do turno, com o deslocamento de alguns colegas para atender a certificação. 

Assim, neste momento de euforia, com vistas à redução do efetivo mínimo, consoante a nota do SINDIPETRO-BA, em especial do SESIN e Us' 23/24, notamos que a direção (Executivos / Gerentes) da Petrobrás não possui memória, corroborando, desta forma, com um artigo intitulado: “As Organizações não possuem Memórias”. 

Então, é de extrema relevância que recordemos o acidente na nossa Fábrica de Asfalto, em 1992, durante a ECO-92 no nosso país, que originou numa grande repercussão mundial. Oportuno citar que na referida década estava em curso também a redução do efetivo mediante a decisão de Reestruturação Organizacional para uma nova RLAM. 

Não obstante, como praxe, ocorrendo qualquer acidente, a exemplo do supracitado, somente é responsabilizado o executante da tarefa, cultura esta que deve ser revisada especialmente quando resultarem em danos para os trabalhadores e a sociedade, logo que haja uma distribuição de responsabilidades correspondente aos sujeitos responsáveis pelas tomadas de decisões e/ou operações. 

Vale registrar que a companhia investe, sem limites, em treinamentos para a força de trabalho, ou seja, do chão de fábrica aos executivos. Nessa esteira, recomendo aos funcionários da ativa, especialmente os mais antigos, que cobrem de suas gerências a leitura (extensivos aos Executivos / Gerentes) do livro: “Acidentes Industriais - O custo do silêncio”, autor Michel Llory, multi ação editorial, que teve o patrocínio da Petrobras. Por fim, a opinião que foi emitida agora, relevante que se diga, é de um aposentado que enfrentou diversas emergências na RLAM, durante os 26 anos em que esteve na Companhia. Dessa forma, IMLORA aos senhores Executivos e Gerentes que escutem e envolvam os trabalhadores – seguros de que não serão retaliados – nas decisões que ponha em Risco a Vida de Pessoas, o Meio Ambiente e a Segurança das Instalações da empresa, pois eles vestem a camisa da Petrobras. 


Aproveito para compartilhar um excerto do livro supracitado: “O custo do silêncio que envolve os grandes acidentes industriais será sempre maior que os prejuízos – financeiros, pessoais ou de imagem corporativa – causada pela transparência”. Reflexão! Eis aí o nosso desabafo em defesa de uma empresa que me tornou um verdadeiro cidadão, sem receio de retaliações, no convívio com os colegas. "O desafio é a nossa energia".

 Rosevaldo José do Amor Divino. Aposentado/RLAM