Os trabalhadores da área de apoio administrativo na UO-BA, em especial no setor MI (manutenção e inspeção) e nos OPs, da terceirizada Telsan, empresa que hoje presta esse serviço, passarão a trabalhar em uma nova terceirizada, com perda salarial de 60%. Antes da Telsan eles foram da Infotec, onde passaram oito meses e com a perda do contrato, voltaram para a Telsan, que agora perdeu novamente a licitação e assim vão passar para a empresa Kimpetro, que assume o contrato agora no final do mês de dezembro, por dois anos.
Resumindo: os trabalhadores começaram na empresa Personal, passaram para a Telsan, depois Infotec, Telsan novamente e agora para a Kimpetro. Essa é a cronologia que eles trabalharam, transferidos como “mercadoria” de uma terceirizada para outra e com perda salarial. Todo esse absurdo com o aval da gestão da Petrobrás.
Segundo o diretor do Sindipetro Bahia, Radiovaldo Costa, desde a época da Personal – uns cinco anos atrás – passando pela Telsan e Infotec, os trabalhadores desse serviço tiveram uma redução salarial de mais de 60%, ou seja, o tempo passou e as empresas não mantiveram sequer os salários. Um exemplo: na Personal, lá no começo, os trabalhadores recebiam em média R$2.500.00 a R$3.000.00 por mês e agora no novo contrato com a Kimpetro o salário a ser adotado será de R$1.000.00.
O diretor Radiovaldo Costa denuncia que a Petrobrás faz uma licitação atrás da outra, troca as empresas e os trabalhadores, ao invés de manter o que tinham de remuneração, perdem o poder aquisitivo e passam a receber praticamente o salário mínimo. Além disso, mais uma maldade, porque a Petrobrás já avisou que nesse contrato novo com a Kimpetro os trabalhadores não receberão periculosidade, o que tinham direito nos contratos anteriores e que achata ainda mais o salário.
Esse trabalhador tem capacidade técnica da atividade que desenvolve, foi treinado pela Petrobrás desde a época da Personal e tem o acúmulo do conhecimento da operação do sistema da estatal. Fato também de extrema gravidade, segundo o diretor Radiovaldo Costa, é que houve uma redução de pessoal ao longo desse tempo e acúmulo de trabalho - com prejuízo à saúde - e apesar disso os trabalhadores tiveram um achatamento salarial.
Para Radiovaldo Costa, “a Petrobrás faz as licitações, não observa a capacidade financeira e técnica das empresas que contrata e agindo assim avaliza a precarização das condições de trabalho, incentivando a exploração da mão de obra que tem qualificação profissional”.