Os trabalhos do XVII continuaram na tarde da sexta-feira, 04/08, com o painel "Os pilares do golpe jurídico, parlamentar e midiático no Brasil", com o deputado federal Paulo Pimenta (PT- ), o pesquisador da PUC São Paulo, Pedro Serrano e o jornalista Mino Carta, diretor de redação da revista Carta Capital.
Em sua explanação, o jornalista Mino Carta foi enfático, “não há acordo com a “casa grande”. Ela é, inevitavelmente, responsável pelo atraso no Brasil, que se manifesta de diversas formas”. Para ele no Brasil tudo é feito para que a “senzala” permaneça onde está, “programas como o do Faustão e as telenovelas, que mostram um Brasil que não existe, contribuem muito para isso”.
Carta disse ainda ter uma grande admiração pelo MST e pelo Movimento dos Sem Teto, que “atuam com grande eficácia”. Mas o jornalista criticou a política de comunicação dos governos do PT, ressaltando que a esquerda precisa fazer “um profundo e sincero exame de consciência”.
O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), fez uma análise política do golpe, que segundo ele iniciou no dia em que Dilma ganhou as eleições. Para ele é precisa olhar para o mundo para entender o golpe no Brasil,” o sistema capitalista por natureza vive de ciclos históricos e econômicos, a cada momento de crise do capitalismo há uma ruptura”. Pimenta afirmou que “o golpe teve uma natureza econômica e visa o desmonte do estado, sendo que o petróleo está sendo a primeira vitima”.
O pesquisador da PUC- SP, Pedro Serrano, empolgou os congressistas ao dar uma aula sobre a política de direito de exceção, ressaltando que “os estados autoritários são criados a partir da democracia”. Ele também abordou a violência e a desigualdade social.
A delegação da Bahia, anfitriã do evento, está acompanhando os debates e realizando intervenções. O XVII CONFUP continua no sábado, 05/08.