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Publicado: 27/07/2017 | 1840 visualizações

Temer é o pior desde a redemocratização

Único usurpador da presidência da República desde a redemocratização e também o único denunciado por corrupção, Michel Temer, que conquistou o poder por meio de um golpe parlamentar, é também o mais rejeitado de todos os que exerceram o cargo; Temer perde para José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva (que deixou o cargo com aprovação de 80%) e Dilma Rousseff;  a pesquisa CNI/Ibope indicou que só 5% dos brasileiros aprovam Temer, mas o resultado pode ser ainda pior, uma vez que o levantamento foi feito feito antes do tarifaço recente na gasolina, que acarretou o maior aumento dos combustíveis em 13 anos; embora seja unanimidade negativa, Temer disse hoje que pretende continuar governando o País.

BRASÍLIA (Reuters) - A popularidade do presidente Michel Temer sofreu uma forte queda em julho e chegou ao patamar mais baixo da série histórica do Ibope, mostrou nesta quinta-feira pesquisa encomendada ao instituto pela CNI, em meio à crise econômica e à turbulência política após a delação da JBS envolvendo o peemedebista.

A avaliação negativa do governo disparou para 70 por cento em julho, ante 55 por cento em março, enquanto a desaprovação à maneira de governar subiu para 83 por cento contra 73 por cento no levantamento passado.

Apenas 5 por cento consideram o governo ótimo ou bom, queda ante os 10 por cento de março. Aqueles que consideram o governo regular somaram 21 por cento, contra 31 por cento.

"Ainda existe um peso muito forte da crise econômica na avaliação do governo", disse o gerente-executivo da Unidade de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.

"Certamente as denúncias que surgiram com o caso JBS afetaram a popularidade do governo", concluiu.

Temer é alvo de denúncia oferecida no final de junho pela Procuradoria-Geral da República pelo crime de corrupção passiva a partir de delação de executivos do grupo J&F, que controla a JBS.

"Uma intensificação da crise política junto com a crise econômica gera um quadro de uma popularidade muito baixa desse governo", acrescentou Fonseca.

A avaliação do governo caiu em todas as áreas de atuação, mas o pior resultado se deu na política tributária, pesar de a sondagem ter sido realizada antes do recente aumento no PIS-Cofins sobre combustíveis --87 por cento desaprovam a política de impostos do governo.

"Eu acho que o governo deve apostar suas fichas na recuperação econômica", disse Fonseca.

"Teve a redução de juros novamente ontem pelo Banco Central, a economia vai começar a responder a esses juros menores e à medida que a população perceber efetivametne que o emprego voltar a crescer, que a renda deixar de ser reduzida pela inflação, vai começar a mudar os índices de popularidade do governo", acrescentou.

Desconfiança

A pesquisa apontou ainda que 87 por cento dos entrevistados não confiam no presidente, ante 79 por cento na sondagem anterior, ao mesmo tempo em que apenas 10 por cento disseram confiar em Temer, queda sobre os 17 por cento de março.

Os dados sobre as perspectivas para o governo também não são favoráveis a Temer. Para 65 por cento o restante do governo será ruim ou péssimo, enquanto apenas 9 por cento acreditam que será ótimo ou bom.

Os dados trazidos pela pesquisa apontam que Temer atingiu numericamente o patamar mais baixo de aprovação da série histórica do Ibope. A avaliação positiva do governo (ótimo/bom) de 5 por cento do atual governo fica tecnicamente empatada com os 7 por cento apurados em junho e julho de 1989, no governo do ex-presidente José Sarney. 

Ao mesmo tempo, a avaliação negativa do governo Temer, de 70 por cento, é semelhante à verificada no final do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que bateu os 70 por cento de desaprovação em dezembro de 2015 e 69 por cento em março de 2016.

O levantamento CNI/Ibope mostra ainda um descolamento na comparação entre o governo Temer e o anterior. Para 52 por cento dos entrevistados o atual governo está sendo pior que o governo Dilma, contra 41 por cento em março. Agora, 35 por cento consideram este governo igual ao anterior, quando em março eram 38 por cento, e apenas 11 por cento o consideram melhor, ante 18 por cento na pesquisa anterior.

A pesquisa ouviu 2 mil pessoas em 125 municípios entre 13 e 16 de julho. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

 

Fonte: Brasil 247