Os trabalhadores da turma 5 da Rlam participaram na manhã desta quinta-feira, 29/06, da “ciranda do turno”. A atividade, que aconteceu das 6h30 ás 13h, e antecede a greve geral e a greve nacional por tempo indeterminado na área de refino, teve uma boa participação da categoria, que decidiu por ampla maioria não render o turno que já se encontrava dentro da unidade e retornar para casa após o movimento.
Segundo o coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar “a decisão dos trabalhadores é uma prova da disposição para a luta, o que foi demonstrado também nas outras cirandas com as turmas 1ª, 2ª, 3ª , 4ª e adm. Deyvid explicou que após a deflagração da greve em defesa da vida haverá avaliações diárias do movimento e as decisões dos próximos passos serão tomadas pela categoria.
O coordenador orientou ainda que todos devem se dirigir normalmente ao seu turno de trabalho e ao chegar à Rlam se juntar aos diretores do sindicato, representantes de movimentos sociais e aos outros trabalhadores que estarão no piquete de convencimento. O diretor Agnaldo dos Anjos também falou da necessidade da participação e ajuda da categoria, pois “só assim conseguiremos construir uma greve vitoriosa para barrar a redução do efetivo mínimo”. Deyvid tranquilizou a categoria informando que serão disponibilizados ônibus para que as pessoas possam voltar para suas casas.
O assessor jurídico do Sindipetro, o advogado Clériston Bulhões, respondeu a diversas perguntas da categoria, tirando dúvidas a respeito de ações sindicais e de como agir durante o movimento paredista. Clériston afirmou que de acordo com o parágrafo único do artigo 7º da Lei de Greve é proibido trabalhar em substituição a um grevista, portanto, é ilegal fazer hora extra ou dobra durante uma greve, “e ainda é preciso se atentar para o fato de que o direito coletivo se sobrepõe ao direito individual”, afirmou.
O advogado também alertou para a “renúncia da dobra” e o “direito de recusa”, que são dois instrumentos legais e de proteção para os trabalhadores, que “não devem ceder à pressão da gerência e se expor ao benzeno, outros agentes químicos, ruído e poeira, por um tempo maior do que aquele que determina o seu contrato de trabalho”.
O diretor do Sindipetro, Radiovaldo Costa, parabenizou os trabalhadores da refinaria pela “unidade e resistência, que já vêm apresentando antes mesmo de ser dado início ao movimento paredista”. Ele fez um resgate histórico das greves realizadas pelos petroleiros, a exemplo das greves de 1983 e 1995, ressaltando o papel importante dos trabalhadores da Rlam em todos esses movimentos.
Deyvid finalizou a “ciranda” afirmando que uma greve só pode ser feita com a participação e conscientização da categoria e que o sindicato não vai contribuir com a “fábrica de horas extras que possa vir a ser instalada na refinaria com a greve. Os trabalhadores precisam entender que essa hora extra vai custar muito mais para ele do que para a empresa porque ele pode até ganhar um dinheiro a mais agora, mas, certamente, perderá direitos e, talvez, até o posto de trabalho”.
Também participaram do ato na Rlam, o diretor Pedro Batista (Peu) e os diretores recém-eleitos, Paulo Landulfo e Áttila Barbosa.