Rebatendo a decisão da Petrobrás em reduzir o efetivo de trabalhadores nas unidades de refino de todo Brasil, o Sindipetro Bahia realizou mais uma paralisação nesta quinta (22/06) na Refinaria Landulpho Alves, com trabalhadores da 4ª Turma, que em votação decidiram entrar na unidade apenas após as 13h, causando o interstício total. Ficou aprovado que o mesmo método será realizado com as outras turmas.
O ato também foi para repudiar o acidente que ocorreu com o operador da U- 6. Segundo o diretor recém-eleito, Ivo Saraiva, o acidente ocorreu no processo de parada de manutenção. "Durante limpeza da linha da unidade ocorreu desprendimento do resíduo de hidrocarboneto causando queimaduras no companheiro que ainda se encontra internado em observação médica", relata Saraiva.
Segundo relatos de petroleiros que atuavam na operação, o efetivo da partida foi reduzido para não ter o pagamento de horas extras. "A direção do Sindipetro já acionou a assessoria jurídica do sindicato, que vai tomar providências junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e à Justiça do Trabalho, para evitar outros acidentes e que a empresa seja responsabilizada civil e criminalmente pelo ocorrido com o trabalhador", advertiu o diretor Radiovaldo Costa.
Ele aproveitou e lembrou que o acidente já é fruto da tensão e pressão que os petroleiros estão tendo com as notícias da redução do efetivo mínimo nas refinarias de todo país. Para o diretor Agnaldo dos Anjos, "a empresa insiste na redução, mesmo sabendo que existem perigos iminentes com riscos para os trabalhadores, comunidade local e as próprias instalações da empresa".
Muitos trabalhadores relatam que várias unidades já trabalham com efetivo reduzido. "Em unidades que devem trabalhar duas pessoas estão operando com apenas uma e em muitos casos, como na U-6, onde houve o acidente, muitos petroleiros novos e sem experiência trabalham com efetivo desfalcado", diz operador da unidade. Os operadores chamam a atenção dos companheiros que essas “ações vão atingir a vida de todos e só com a unidade o sindicato e o trabalhador terão forças para combater essas atitudes desastrosas da diretoria da Petrobrás”.
Para o diretor Radiovaldo Costa, "esse momento é para mostrarmos ao presidente Pedro Parente e seus diretores, que defendem o desmonte da Petrobrás, que não vamos aceitar de forma pacífica essas reduções e as tentativas de privatização, que só vão prejudicar o refino e a geração de emprego e renda do Brasil". O diretor Adson Silva também participou da mobilização.