É muito grave o que vem acontecendo com os trabalhadores lotados no campo de Miranga, na Bahia, que estão sendo submetidos a uma total falta de segurança no trajeto realizado até ao trabalho.
Na segunda-feira (29/05), se não fosse a perícia do motorista, que dirigia o carro da cooperativa, poderíamos estar lamentando mais uma morte de um companheiro.
No percusso até Miranga, um trabalhador e o motorista sofreram uma tentativa de assalto. De acordo com o relato do funcionário, três bandidos colocaram até barreiras de troncos na BA 093, mas o motorista conseguiu ultrapassar os obstáculos e evitar o assalto. Porém, ao perceberem, os assaltantes arremessaram objetos no carro.
Os ocupantes do veículo entraram em pânico, inclusive porque poderia ter sido tiros que estavam sendo disparados contra o carro.
O fato é que esses bandidos estão agindo constantemente nessa área e isso já foi denunciado diversas pelo Sindipetro Bahia à gerência da UO-BA e também ao Secretário de Segurança Pública do Estado, Mauricio Barbosa, com quem a diretoria do sindicato realizou reunião para pedir providências contra os rotineiros assaltos.
Para o diretor do Sindipetro, Leonardo Urpia, os trabalhadores não podem ser submetidos a esse tipo de insegurança, pois algo pior pode acontecer a qualquer momento e não poderá ser tratado pela gerência da Petrobrás como uma fatalidade. “A gerência será responsabilizada pois apesar de ter consciência da gravidade da situação não tomou nenhuma providência para garantir a segurança dos trabalhadores”.
Segundo o diretor Jairo Batista o aumento do número de assaltos nessa área é também uma consequência da precarização das condições de trabalho, pois “antigamente a segurança patrimonial costumava efetuar rondas constantes nessas áreas, muitas vezes até acompanhando os trabalhadores por um determinado trajeto”.
O que está acontecendo, afirma Batista, é uma prova da atitude equivocada da Petrobrás de transferir os trabalhadores da segurança patrimonial para o administrativo. O resultado “foi o aumento do número de assaltos, furtos e roubos, colocando as instalações da empresa, e o que é pior, a força de trabalho, em risco permanente”.
Para o diretor André Araújo, além da redução do efetivo da segurança, houve também a mudança na forma de inspeção, os vigilantes que antes portavam armas e faziam rondas, foram desarmados e passaram a exercer uma função semelhante à de um porteiro ou vigia, permanecendo em postos fixos.
Araújo lembra a cláusula do Direito de Recusa que faz parte do ACT da categoria e incentiva aos trabalhadores a fazer uso dela. “ Na atual situação, em que há risco eminente, os operadores devem se recusar a realizar o serviço, caso não haja uma escolta armada para acompanhá-los durante a operação no campo nas áreas onde estão acontecendo assaltos frequentes. Portanto, exerça o seu Direito de Recusa e preserve a sua vida”.