A FUP falou, a FUP avisou
Os resultados apresentados pela Petrobrás neste primeiro trimestre de 2017 comprovam que o caminho para a recuperação da empresa não é vender ativos a preços ínfimos, nem cortar investimentos estratégicos, como vem fazendo a gestão de Pedro Parente. O lucro líquido de R$ 4,45 bilhões é fruto dos excelentes resultados operacionais da companhia, decorrentes dos investimentos que recebeu entre 2003 e 2014.
Além de aumentar em 10% a produção de petróleo e gás em relação ao primeiro trimestre de 2016, a Petrobrás também reduziu em 40% as importações, ao ampliar consideravelmente a carga de óleo nacional processada em suas refinarias. O petróleo produzido no Brasil já responde por 95% do óleo processado pela empresa. O resultado é que o lucro operacional neste primeiro trimestre foi de R$ 14,27 bilhões, 71% acima do mesmo período de 2016.
Tudo isso só é possível porque a Petrobrás recebeu investimentos bilionários em pesquisas e em tecnologias, que a capacitaram para explorar e produzir o Pré-Sal a custos cada vez menores. Além disso, seu parque de refino foi modernizado e ampliado, após ter amargado mais de 30 anos sem investimentos significativos.
A redução dos impairments no primeiro trimestre de 2017 (R$ 42 milhões, enquanto no trimestre anterior foi de R$ 3,67 bilhões) é outro fator que foi preponderante para a Petrobrás voltar a apresentar lucro. Como a FUP vem denunciando, a política deliberada de depreciação do patrimônio da empresa para facilitar os desinvestimentos está diretamente relacionada aos bilionários prejuízos que registrou nos últimos três anos. Entre 2014 e 2016, a companhia sofreu perdas de R$ 112 bilhões com a realização de impairments que reduziram drasticamente os valores dos ativos, impactando seus resultados financeiros. Nenhuma outra petrolífera no mundo utilizou baixas contábeis de forma tão recorrente como fez a estatal brasileira, o que evidencia a política deliberada de redução e privatização da empresa.
A recuperação dos preços do barril de petróleo, que subiu de US$ 34 no primeiro trimestre de 2016 para US$ 54 no mesmo período deste ano, também influenciou positivamente os resultados da Petrobrás, reforçando a importância de se pensar e planejar os negócios da empresa a médio e a longo prazos e não de forma imediatista, como vem fazendo Pedro Parente para satisfazer os anseios do mercado.
Só neste primeiro trimestre do ano, sua gestão já encolheu em 34% os investimentos da companhia em relação ao mesmo período de 2016. Nos cortes feitos, chama a atenção a redução de 17% do número de trabalhadores próprios. Quem arca com os custos são a sociedade brasileira - que perde empregos, desenvolvimento e soberania - e os petroleiros, que sofrem as consequências diretas do desmonte da Petrobrás, expostos a riscos, em condições de trabalho cada vez mais precárias.
A estatal brasileira, apesar de todos os ataques que vem sofrendo ao longo destes últimos anos, vem comprovando com seus resultados operacionais que não é desinvestindo que voltará a ocupar o lugar de destaque que sempre teve na economia do país e do continente. O lucro destes últimos três meses é a prova disso.
Fonte: FUP