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Publicado: 11/05/2017 | 648 visualizações

Projeto de extermínio está em curso no Brasil, diz professor em palestra sobre terceirização

“A regulamentação da terceirização e os impactos sobre o trabalhador”, foi tema de debate na manhã desta quinta-feira, 11/05, no auditório do Sindipetro Bahia

Representantes de vários sindicatos participaram do evento, tendo a oportunidade  de se informar e tirar dúvidas com especialistas da área do trabalho.

O professor do IFBA, graduado em Administração (UESB) e mestre em Ciências Sociais (UFBA), Luís Augusto Lopes, afirmou que ainda hoje no Brasil encontramos em diversas cadeias produtivas, a exemplo da cadeia automobilística, do petróleo e do vestuário, mão de obra que é usada de forma análoga à escravidão.

Ele falou dos grandes prejuízos que serão causados pela reforma trabalhista, ressaltando, inclusive uma futura sobrecarga do SUS e da Previdência, uma vez que os trabalhadores terceirizados tendem a adoecer com mais frequência devido à precarização do trabalho.

Para ele a mudança na legislação trabalhista tem como objetivo dar segurança jurídica aos empresários para que eles tenham a liberdade de fazerem o que quiserem sem serem questionados.

O professor foi enfático ao afirmar que na sua opinião, “ o que estamos vendo no Brasil é a consolidação de um projeto de extermínio. Haverá congelamento dos investimentos em educação e saúde, o fim das relações de trabalho e da previdência. Junte-se a isso o extermínio da população negra, dos índios, da comunidade LGBT, o feminicídio. Isso é muito preocupante”.

Já o bacharel em Direito e ex-presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho da Bahia, Mário Diniz Xavier de Oliveira, acredita que “hoje no Brasil há uma vingança do capital contra o trabalho”. Para ele “estamos vivendo esse ambiente de golpe porque o Congresso Nacional está desrespeitando a relação de força entre capital e trabalho”.

Na opinião dele só haverá avanços se “juntarmos a luta política à luta institucional. Temos que debater também tecnicamente, pressionar as pessoas que estão na posição de comando e fazer essa disputa muito bem assessorados, com a ajuda de advogados, o setor acadêmico e outros.

O diretor de Formação George Arléo ao final agradeceu a presença de todos e enfatizou que o Sindipetro Bhia, através da diretoria de formação, vem buscando cada vez mais aprofundar o debate sobre as diversas questões que dizem respeito a classe trabalhadora. “Sempre com qualidade, pois convidamos palestrantes gabaritados, que nos abrem um horizonte maior de conhecimento”.