A gerência da FAFEN-BA está tentando justificar o injustificável: pagar para uma empresa fazer o trabalho que os empregados próprios já fazem e podem continuar fazendo, sem nenhum custo adicional.
A bola da vez é o carregamento de ARLA 32, trabalho este que vem sendo executado pelo efetivo da planta de Hidrogênio. Os “gestores” terão bastante trabalho para explicar duas coisas: a primeira é “por que vão pagar para fazerem o que já está sendo feito pelos próprios técnicos de operação de hidrogênio” e a segunda “por que somente agora a gerência está exigindo que a IN-HAUS execute a operação do carregamento de ARLA 32 se há muito tempo recebe por isso”.
A questão não é querer que a IN-HAUS agora comece a cumprir o contrato, pois os trabalhadores da FAFEN-BA já as desenvolvem sem custos adicionais, recebem seus salários para fazerem justamente isso . O problema agora é saber por que a gestão da FAFEN-BA, sabendo que a operação já fazia esta atividade, fez um contrato e resolveu pagar e continuar pagando a IN-HAUS por todo este tempo? Por que somente agora houve este “rompante” de “boas práticas de administração” e resolveram cobrar da empresa que assuma estas atividades?
Por que então, sabendo que a operação já faz todo o trabalho, a gerência não determinou que a IN-HAUS devolvesse todo o dinheiro recebido indevidamente durante todo este período? Seria muito mais fácil, pois assim, de fato, reduziriam os custos operacionais e seria a decisão mais correta diante da “lambança” já feita.
Diante de tudo isso, a direção do Sindipetro Bahia e os trabalhadores podem e devem questionar todo este discurso de que a “terceirização reduz os custos”. Na verdade, o que ocorre é o aumento dos custos, como exemplificamos nesta tentativa de terceirizar o carregamento de ARLA 32. Uma operação que funciona muito bem, com os empregados da FAFEN, que recebem seus salários para executarem estas funções e continuará recebendo os mesmos salários, mas quem fará o trabalho será a empresa IN-HAUS, que também receberá para fazer a mesma coisa! Ou a FAFEN-BA está nadando em dinheiro ou a gerência geral deve passar todo o expediente brincando de “aviãozinho de papel na sua sala”.
Como “o óbvio é a verdade mais difícil de enxergar”, segundo escreveu Clarice Lispector, o Sindipetro Bahia fará uma solicitação ao Ministério Público para que investigue e tente desvendar essa história muito mal contada.
E, a propósito, apenas por mera coincidência, “IN-HAUS”, em alemão, significa “em casa”. Será mesmo?!