A categoria petroleira realizou na manhã dessa terça (17/01), mais um ato contra o desmonte e privatização do Sistema Petrobrás. Desta vez, a mobilização aconteceu em frente à Fábrica de Fertilizantes e Nitrogenados (Fafen) e reuniu dirigentes da CUT, FUP, Sindicato dos Metalúrgicos de Feira e do Sindipetro Bahia.
A FAFEN-BA e UTE-RA, como diversos outros ativos da Petrobrás, estão na lista de entrega do governo golpista de Temer. Para o coordenador da FUP, José Maria Rangel, que participou do ato, “o golpe veio para atacar a democracia, nossa soberania, atacar os direitos da classe trabalhadora. É isso que estamos vendo acontecer com as propostas de reformas trabalhista e da previdência”.
Quanto à Petrobrás, Rangel afirmou que “o que a gestão da empresa não tem coragem de dizer, mas que nós trabalhadores temos a obrigação de saber, é que todas as grandes operadoras de petróleo do mundo passam pelas mesmas dificuldades da Petrobrás, fruto da brutal redução do barril do petróleo, que despencou de U$ 110 para U$ 27”.
Para ele é uma falácia dizer que o governo do PT quebrou a Petrobrás. “O trabalhador da Petrobrás que repetir isso, minimamente está sendo ingrato. É só lembrar do ano de 2002, quando a Petrobrás estava na UTI. Com a chegada do presidente Lula ao governo, a Petrobrás recuperou sua engenharia própria, revitalizou o centro de pesquisa no Rio de Janeiro, que é motivo de inveja de grandes operadoras e fez com que a Petrobrás passasse a representar até 13% do PIB nacional, antes este número se resumiu a 2% do PIB”.
Já o Diretor de SMS da FUP, Gerson Castellano, lembrou as 600 demissões sumárias de trabalhadores próprios e de outras centenas de terceirizados, quando houve a privatização da Fafen Paraná, desenhando o quadro que espera a categoria petroleira, caso não haja uma reação forte contra o processo de desmonte da companhia.
O Coordenador Geral do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, afirmou que “nesse ano de 2017, inevitavelmente, precisaremos fazer, sim, a maior greve da história da categoria petroleira porque as ameaças que nos atingem hoje são ainda maiores do que na década de 90 porque a velocidade é muito maior”. Estão vendendo tudo, denuncia Deyvid, já venderam 50% das termelétricas Rômulo Almeida e Celso Furtado e já colocaram à venda a Rlam, o Terminal de Madre de Deus, os campos terrestres; a Liguigás já foi vendida, assim como a Petroquímica de Suape e a nossa participação na Braskem; a BR Distribuidora está prestes a ser entregue e também a PBIO.
Para Deyvid esta história pode ser reescrita, o desmonte pode ser evitado, se houver reação. “O que precisamos hoje é reagir, estamos apáticos, anestesiados, é hora de despertar desse sono profundo, Acorda categoria, antes que seja tarde demais”!