Construir uma agenda comum de luta em defesa da política de conteúdo nacional. Com este objetivo, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNM/CUT) e o Sindicato Nacional da Indústria Naval (Sinaval) realizaram um encontro terça-feira, 11/01, no Rio de Janeiro, onde discutiram ações conjuntas para garantir que os investimentos do setor petróleo voltem a ser feitos prioritariamente no Brasil, gerando emprego e renda no país e não no exterior, como querem o governo Temer e a diretoria da Petrobrás.
Trabalhadores e empresários apontaram que uma política de valorização da indústria nacional passa necessariamente pela obrigatoriedade de conteúdo local nos contratos da Petrobrás e de outras grandes empresas que movimentam os setores produtivos do país. “Precisamos discutir propostas conjuntas para enfrentar o desemprego em massa e o encolhimento da economia, causados, principalmente, pelo desmonte que a indústria nacional vem sofrendo no rastro da Lava Jato e dos desinvestimentos da Petrobrás”, afirmou Leonardo Urpia, um dos diretores da FUP que participaram do encontro.
Uma agenda de luta envolvendo vários setores da sociedade civil já está sendo articulada, assim como propostas de debates no Congresso Nacional, intervenções nas esferas administrativas e executivas do governo federal, ações na Justiça, entre outros encaminhamentos. Também está sendo organizada uma frente nacional composta por federações regionais de indústrias, entidades patronais, bem como sindicatos de trabalhadores, federações, confederações e centrais sindicais com o objetivo de realizar debates e ações políticas para enfrentar os problemas do setor.
Após abrir a operação do Pré-Sal para as empresas estrangeiras, os golpistas querem entregar também os empregos e investimentos do país para os gringos. A despeito do desemprego em massa que atinge milhões de brasileiros, a diretoria da Petrobrás convidou apenas empresas estrangeiras para disputarem a construção da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Comperj. Entre as 30 companhias que receberam a carta-convite para o processo de licitação da obra, há norte-americanas, australianas, chinesas, alemãs, mas nenhuma brasileira.
Desde que assumiu a presidência da Petrobrás, Pedro Parente, assim como outros expoentes do governo Temer, vêm se contrapondo ferozmente à política de conteúdo nacional. Uma de suas primeiras providências foi alterar os processos de contratação dos FPSOs que irão operar os campos de Libra e Sépia. Parente quer que eles sejam integralmente construídos no exterior, gerando emprego e renda fora do país. Para isso, solicitou em agosto passado à ANP a liberação da obrigação contratual de cumprimento dos percentuais de conteúdo local pactuados durante a licitação dos campos.
Os cascos das embarcações, por exemplo, passariam a ter 0% de conteúdo nacional, em vez da exigência de 75% a 90% de fabricação nacional, como determinavam os contratos originais. Ou seja, em vez de colocar a Petrobrás a serviço do Brasil, Pedro Parente prioriza a indústria estrangeira, exatamente como fez no governo FHC, quando navios e plataformas eram todos encomendados no exterior.
Fonte: FUP