O espelho d´água da Esplanada do Ministério, em Brasília, refletiu na terça-feira, 29/11, a cara do governo golpista de Michel Temer, desnudando a face da intolerância, fascismo e falta de legitimidade.
As mãos pesadas de um Estado antidemocrático espancaram e reprimiram cerca de 30 mil manifestantes, a maioria estudantes, inclusive menores de idade, que protestavam pacificamente contra aaprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, que congela os investimentos da União por 20 anos, atingindo duramente os setores de educação e a saúde do país. O protesto, intitulado “Ocupa Brasília” foi também contra a reforma do ensino médio.
A tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal utilizou balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral, cavalaria e cães, além de ter espancado centenas de manifestantes.
O coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, que participou da manifestação, juntamente com estudantes, representantes de outros sindicatos e movimentos sociais, fez um relato sobre o cenário de terror que tomou conta de Brasília, “com muitas pessoas desmaiadas, agredidas fisicamente com cassetetes, outras com dificuldade de respirar devido ao gás lacrimogêneo e o spray de pimenta nos olhos, muita fumaça, muito choro, muita revolta e muita indignação”.
A integrante do movimento popular Levante da Juventude, Ellen Rebeca, informou que muitas pessoas foram presas e outras, feridas, levadas aos hospitais. A PM utilizou até helicópteros e cavalaria para reprimir e jogar bombas, conta a estudante que acredita estar claro “o caráter desse Governo Golpista e como vai atuar contra qualquer tipo de manifestação em Brasília e em qualquer centro político do Brasil”. Para ela é preciso resistir, avançar e formar uma contraofensiva a esse governo.
Apesar das manifestações contrárias da população realizadas em todo o país, a PEC já foi aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados e foi também aprovada em primeiro turno no Senado, na terça-feira (29), por 61 votos a favor e 14 contra. A votação em segundo turno deve acontecer no dia 11/12.
Para Deyvid, “a repressão brutal à uma manifestação pacífica, deixa claro que as coisas mudaram no Brasil, onde já estamos vivendo em um Estado de Exceção”. A única saída, afirma ele, é ocupar as ruas, protestar, não se deixar intimidar, pois “definitivamente esse governo ilegítimo não representa os interesses do povo brasileiro, pois afronta a supremacia dos direitos fundamentais da população”.
Fonte- Imprensa Sindipetro Bahia