O presidente da Transpetro, subsidiária de logística da Petrobras, Antonio Rubens Silva, praticamente decretou o fim da indústria naval nessa quinta-feira, 27.
Sob o argumento de que a Transpetro está "otimizando custos de gestão", para se tornar "mais competitiva", ele anunciou que a empresa cancelou a contratação de 17 navios previstos no Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef).
Segundo reportagem do Estado de S. Paulo, o programa previa a contratação de 46 embarcações. Desse total, 17 foram construídas e entregues. Nove estão em construção e são aguardadas pela Transpetro. Três embarcações que estavam em construção no estaleiro Eisa Petro-1, no Rio, estão com situação indefinida, após o fornecedor pedir recuperação judicial. Silva disse que essas encomendas podem tanto ser canceladas quanto repassadas para outros estaleiros.
Ainda conforme Silva, o cancelamento de 17 pedidos não implica a redução na capacidade de operação. "O fato de ter cancelado 17 navios não quer dizer que não vamos ter navios. Estamos avaliando contratar navios a casco nu", disse, comparando com a frota de caminhões da Transpetro, da qual 355 são de terceiros. "Não é terceirização. O navio é contratado, mas eu tripulo e presto o serviço", disse. "Vamos migrar de uma atuação muito focada em Petrobras para também atender ao mercado", completou.
Desde a deflagração da operação Lava Jato, a indústria naval já demitiu mais de 10 mil empregados e outros 30 mil deverão perder o emprego, em parte pela mudança nos planos da Petrobras e suas subsidiárias.
Fonte: FUP