Diante do golpe parlamentar e jurídico e da proposta de retirada de direitos feita pela Petrobrás, o Seminário de Qualificação de Greve, proposto pelo sindicato, atraiu a atenção de um maior número de trabalhadores da base, lotados em várias unidades da companhia, que, em conjunto com os diretores do Sindipetro, realizaram análise da atual conjuntura e discutiram sobre o direito de greve. Eles também deram ideias para a construção do movimento paredista e traçaram estratégias de mobilização, que serão colocadas em prática.
O evento, que aconteceu no sábado, 17/09, no auditório do sindicato, teve como um dos palestrantes o assessor jurídico da entidade sindical, Clériston Bulhões, que falou sobre a Lei que assegura o direito de greve, citando o seu conceito e os passos legais até à deflagração do movimento. Ele falou também do direito do grevista de convencer o colega e de que “por lei é vedada a rescisão do contrato de trabalho durante a greve.
Outro palestrante, o economista do DIEESE, Cloviomar Cararine, falou sobre a atual conjuntura e o processo de negociação coletiva com a Petrobrás. Para ele “estamos vivendo um processo cada vez mais forte de disputa entre o capital e o trabalho e temos o golpe como pano de fundo, levando à criminalização dos movimentos sociais e sindicais, a quebra do atual modelo de partilha e o fim da Petrobrás como operadora única do Pré-Sal”.
Para esse governo, “o trabalhador é visto como custo”, alerta o economista. Mas por outro lado “no momento em que os trabalhadores se sentem mais pressionados é exatamente quando aumenta a sua capacidade de luta”.
O presidente da CUT Bahia, Cedro Silva, que também compareceu ao seminário, acredita que “muitos trabalhadores ainda não estão se dando conta do momento que estamos vivendo no país e no mundo e é urgente que despertem para isso”.
Para o coordenador do Sindipetro Bahia, Deyvid Bacelar, o seminário foi muito produtivo e mostrou que “vamos precisar de todos para construir mais essa greve que vem com um diferencial em relação às últimas greves que fizemos. “Agora, a categoria petroleira está sendo atacada de forma covarde em seus direitos e dignidade e a reação terá que ser dada à altura, caso contrário deixaremos abertas as portas para que esse governo golpista destruía definitivamente a Petrobrás e seus trabalhadores”, afirma.